terça-feira, 28 de agosto de 2018

Bossa 60, Passo a Compasso

Composta pela dupla Tom Jobim e Vinícius de Moraes, “Chega de Saudade” chegava às vitrolas, 60 anos atrás, através da voz e do violão de João Gilberto, com seus acordes dissonantes e inspirador no jazz americano. Nascia, então, o gênero que revolucionou a música brasileira, dentro e fora do país.


Para além da batida diferente e de sua riqueza harmônica, a Bossa Nova apresenta letras bem características e uma forma “falada” de cantar; instalou uma dicção mais coloquial na música brasileira e uma forma menos formalista e idealizado de se cantar o amor. Nomes como Vinícius de Moraes e Ronaldo Bôscoli produziram versos sem amarras. Este e seu parceiro musical, Roberto Menescal, autores de “O Barquinho”, escreviam “um tipo de letra “solar”, em oposição às noites de fossa do samba-canção. Suas letras, tecnicamente perfeitas, pretendiam ser uma saudação à vida, ao amor, ao que buscavam os jovens de uma época onde tudo ia bem, para eles, para a Zona Sul.” (O Globo, p. 6, 19 ago. 2018).

Já as letras de Vinícius 
“podiam ter algo de tristeza, do desencanto do velho samba-canção. Também falavam de amores perdidos e até de morte, mas com uma qualidade poética que os jovens da Bossa Nova não só aceitaram como passaram a adotar.” ( O Globo, p.6, 19 ago. 2018). 
Seus versos somados à música de Tom resultaram nos maiores clássicos do gênero. E por falar na dobradinha Tom e Vinícius, chegamos à “Garota de Ipanema”, outra canção representativa da Bossa Nova, aquela que se tornou a música brasileira mais conhecida em todo o mundo. “The Girl From Ipanema” transformou a Bossa brasileira em um fenômeno pop internacional. Sarah Vaughan, Stan Getz, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald... muitos se renderam ao doce balanço carioca.






Cinema, discos, shows... a Bossa Nova ganhou o mundo e influenciou as gerações posteriores. Quem não se lembra de “Faz Parte do Meu Show”, gravada em 1988 por Cazuza, bem ao estilo um banquinho e um violão?
A história dessa revolução é ricamente contadavna exposição “Bossa 60, Passo a Compasso”, instalado no Espaço Cultural BNDES. Através de músicas e imada época, a exposição, segundo seu curador - Tárik de Souza -, procura “esmiuçar” as transformações ocorridas no país, em paralelo ( e , em alguns casos, em parceria) com o Cinema  Novo, e com o teatro de vanguarda, além das artes plásticas, literatura e das mudanças sociais e de costumes.”



A mostra está dividida em setores como samba-jazz, Bossa política, afrossambas, Bossa erudita, Bossa no exterior, Bossa sempre nova; todos apresentando imagens e músicas.








Criado em 1985, o Espaço Cultural BNDES tem como objetivo "fomentar a produção artística nacional e democratizar o acesso à cultura. Todas as atrações são gratuitas e abertas ao público em geral." Para conhecer a programação completa do Espaço, acesse o site www.bndes.gov.br/espacobndes
A exposição "Bossa 60, passo a compasso" fica em cartaz até o dia 06 de setembro.

Onde e quando assistir?

Espaço Cultural BNDES.
Avenida República do Chile, 100 / Próximo ao metrô Carioca.
Segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 10h às 19h.
Entrada Franca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário