Cândido Torquato Portinari nasceu em 28 de dezembro de 1903, no interior de São Paulo, numa fazenda de café.
Portinari foi um artista plástico brasileiro. Ele pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e de proporção padrão, como “O Lavrador de Café”, e gigantescos murais, como os painéis “Guerra e Paz”, que foi presenteado à sede da ONU, em Nova Iorque, em 1956. E, em 2010, através de seu filho, os painéis foram retornados para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Portinari é um dos artistas brasileiros considerado com mais prestígio a alcançar a maior projeção internacional.
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Cândido Portinari. Foto: O Globo.
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Sua vocação artística começou na infância. Ele teve pouco estudo. As 14 anos de idade, um grupo de pintores e escultores italianos, que atuavam na restauração de igrejas pela região de Brodowski, interior de São Paulo, recrutou Portinari como ajudante. Foi um dos grandes talentos de pintores brasileiros. Aos 15 anos de idade, por que narí deixa São Paulo e vai morar no Rio de Janeiro para ingressar os estudos na Escola Nacional de Belas-Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a chamar atenção e se destacar com os profissionais e com a imprensa. Aos 21 anos, ele começa a expor suas obras. Ganha destaque e elogios em artigos de vários jornais. Seu nome continua sendo badalado e, a partir daí, ele desperta um grande interesse por um movimento artístico chamado modernismo. Em 1926 e 1927, Portinari conseguiu destaque num dos prêmios mas almejados no salão da ENBA. Ele ganhou destaque, mas não venceu. Tempos depois, Portinari afirmou que as suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juizes do concurso. Ele almejava a medalha de ouro no salão da ENBA. Sendo assim, em 1928, Portinari prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e, finalmente, ganha a sua mesada medalha de ouro do salão dar ENBA e ganhou também uma viagem para a Europa.
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Quadro parte da exposição no Instituto Casa Roberto Marinho
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Ele viveu dois anos em Paris. Foram anos decisivos no seu estilo. Lá conheceu Van Dongen, Othon Friesz e Maria Martinelli, com quem o artista passaria o resto de sua vida. A distância nesse período de Portinari com suas raízes, aproximou artista com Brasil, despertando no mesmo o interesse social muito mais profundo. Em 1931, Portinari retorna ao Brasil, totalmente renovado. Ele muda totalmente a estética da sua obra, passar a valorizar mais as cores e a ideia das pinturas. A partir daí, ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Portinari aos poucos vai deixando as suas telas a óleo para trás e vai se dedicando cada vez mais a pintar murais e afrescos.
Ganhou novamente notoriedade na imprensa. Ele expõe no Pavilhão Brasil da Feira Mundial em Nova Iorque, em 1939, três delas. Suas telas chamam atenção de Alfred Barr, que o diretor do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
A década de 1940 começou muito bem para Portinari. Alfred Barr compra a tela “Morro do Rio” e expõe no MoMA, ao lado de artistas consagrados mundialmente. Alfred Barr prepara uma exposição individual com destaque a Portinari em Nova Iorque. Ele fez dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington.
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“Morro do Rio”, 1933. Museum of Modern Art, New York, NY.
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Ao visitar o MoMA, Portinari fico impressionado com uma obra e mudou novamente seu estilo. A obra que lhe inspirou essa mudança foi “Guernica”, de Pablo Picasso.
Portinari também foi ativo no movimento político partidário e candidatou-se a deputado federal, em 1945, pelo PCB e a senador, em 1947. Em 1952, com uma anistia geral Portinari voltou Brasil. No mesmo ano, foi lançada a primeira Bienal de São Paulo, que expõe obras de Portinari. Em 1954, e começou a apresentar sérios problemas de saúde. Ele apresentou uma grave intoxicação pelo chumbo, por causa das tintas que ele usava. Portinari mesmo doentes, continuo suas viagens com orientações médicas. Viaja freqüentemente para os Estados Unidos, Europa e Israel.
Em 1962, a prefeitura de Barcelona o convida para uma grande exposição. 200 delas. Neste mesmo ano, aos 58 anos, morre Portinari, no dia 6 de fevereiro, intoxicado pelas tintas que utilizava nas telas.
Em suas obras, Portinari conseguiu retratar questões sociais 100 desagradar ao governo. Aproximou-se da arte moderna europeia. Suas pinturas tem uma proximidade do cubismo, surrealismo e dos pintores muralistas mexicanos. A sua arte tempo características modernos. Uma de suas obras mais famosas são “Guerra e Paz”.
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Parte de “Guerra e Paz”. Imagem: Google Images.
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Suas obras estão no acervo sacro, e está exposto na igreja Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais, próximo de Brodowski, interior de São Paulo. Outra obra de Portinari de maior importância é “O Lavrador de Café”, que foi furtada em dezembro de 2007, no segundo andar do Museu de Arte de São Paulo e, junto com a obra de Pablo Picasso e foram resgatadas sem sofrer avarias e restituídas ao museu, em janeiro de 2008.
Foi homenageado em 1940 com a publicação do primeiro livro sobre o pintor pela Universidade de Chicago. Em 1946, ganhou do governo francês a Legião de Honra. Em 1955, ganhou uma medalha de ouro pelo painel Tiradentes, concedida pelo júri do Prêmio Internacional da Paz, em nova Iorque. Em 1950, ganhou em Varsóvia a medalha de ouro com o melhor pintor do ano, pelo International Fine Arts Council.
Em 1956, ganhou em Nova Iorque, o Prêmio Guggenheim de Pintura por ocasião da inauguração dos painéis “Guerra e Paz” na sede da ONU de Nova Iorque.
Em 2012, foi tema de enredo da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
Portinari e suas obras foram representados na cédula de 5000 Cruzados, que circulou no Brasil entre 1986 e 1989.
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“O Lavrador de Café”. Imagem: Arte e Artistas.
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