quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Lasar Segall

Lasar Segall nasceu em 21 de julho de 1891, no território da atual Lituânia, em Vilna. Foi pintor, escultor e gravurista judeu brasileiro.  O seu trabalho teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas de abrangência foram bem significativos sobre o sofrimento humano, por exemplo, a guerra e a perseguição.
Em 1923, Segall mudou-se definitivamente para o Brasil. Ele já era bem conhecido quando mudou-se para cá. Segundo ele, sua arte ficou como o “milagre da luz e da cor”.  Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil.
Segall  iniciou seus estudos em 1905, quando ingressou para Academia de Desenho de Vilnius, Na sua cidade natal. Em 1906, mudou-se para Berlim e foi estudar na Academia Imperial de Berlim. Depois de cinco anos estudando em Berlim, mudou-se para Dresden e foi estudar na Academia de Belas Artes.
 No final do ano de 1912, o Segall veio ao Brasil para  encontrar com seus irmãos que residiam aqui.  Em 1913, realizou em suas primeiras exposições individuais em Campinas, São Paulo. Foi através da sua exposição que o Brasil conheceu a arte expressionista europeia.  Logo depois, ele voltou para Europa é e se casou com Margarete Quack, em 1918.
 Fundou com grupo de artistas, o movimento “Secessão de Dresden”, em  1919. Logo após, realizou diversas exposições na Europa.
 Em 1923, logo após Segall mudar-se para o Brasil, ele se dedicou às artes decorativas além da pintura.  Ele criou a decoração do Baile Futurista, os murais do Pavilhão de Arte Moderna.
 Separou-se da sua primeira esposa e casou-se em 1925 com Jenny Klabin (sobrinha do seu cunhado), com quem teve os filhos Maurício Klabin Segall, que casou-se com a atriz Beatriz de Toledo, posteriormente Beatriz Segall, e seu outro filho Oscar Klabin Segall.
 Ele viveu muito tempo em Paris, onde se dedicou também a escultura.  Nessa fase, e suas obras se remetem a atmosfera familiar e de intimidade. Suas cores fortes predominam em suas obras e procuram expressar paixões e sofrimentos dos seres humanos. Seus personagens em suas obras são na grande maioria, mulatas, prostitutas e marinheiros, paisagens, favelas e bananeiras.  Dedicou-se posteriormente a escultura em madeira, pedra e gesso. Suas obras ficaram marcadas pela: Família Enferma, Dois Seres, Mãe Preta, Bananal, Navio de Emigrantes, Guerra e Campo de Concentração.
 Em 1932, retornou ao Brasil e instalou-se na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu concunhado.  Atualmente, a casa briga as obras de Segall, o Museu alastrou Segall.  Criou-se um mesmo ano, a Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), em São Paulo. Em 1930, a sua produção incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão, a pintura de retratos de  São Paulo.
Em 1930, a sua produção incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão, a pintura de retrato de Lucy Citti Ferreira.  Em 1938, realizou os figurinos para o balé “Sonho de Uma Noite de Verão”,  que foi encenado noTeatro Municipal de  São Paulo. Em 1943, foi realizada uma retrospectiva no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, foi publicado um album de textos de Mario de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima. Em 1951, Segall realizou no Museu de Arte de São Paulo, outra exposição. E três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé “O Mandarim Maravilhoso”.  Em 1957, foi realizada uma retrospectiva de suas obras no Museu Nacional de Arte Moderna.
Segall morreu aos 66 anos, em 1957, com problemas cardíacos.
Em 1985, o museu foi incorporado a Fundação Nacional Pro Memória, integrou-se até 2009 o  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  (IPHAN)  do Ministério da Cultura. Em 2010, converte-se em uma das unidades museu lógicas do recém criado Instituto Brasileiro de Museus   (IBRAM), Ministério da Cultura. O Museu constituí-se como um centro de atividades culturais, oferecendo programas de visitas monitoradas para escolas, cursos, oficinas nas áreas de gravura, fotografia e criação literária, programação de cinema. Abriga também a Biblioteca Jenny Klabin Segall, que mantêm as servo na Isaías 10 artes do espetáculo, como cinema, teatro, rádio e televisão, dança, ópera, circo e fotografia. Além disso, a biblioteca, ainda possui a mais completa documentação sobre a vida e obra de Segall.









segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Elite: “Rebelde” para maiores de 18





Rio, Alison e Denver dão lugar a Christian, Marina e Nano.  Já não são participantes de um assalto à Casa da Moeda, mas jovens vivendo situações que vão muito além dos típicos dramas adolescentes. Produção espanhola da Netflix, ”Elite”  segue a tradição das obras audiovisuais da terra de Almodóvar, mostrando temas polêmicos de forma nua e crua.  Literalmente, diria. Recheada de cenas de sexo e violência, “Elite” está longe  de ser uma versão  atualizada da mexicana “Rebelde”.  Com esta há em comum apenas o uniforme escolar, três bolsistas ( dois pobres e uma nem tanto) e  as diferenças sociais entre eles e seus colegas oriundos das famílias mais abastadas do país. Por vezes, lembra “Gossip Girl”. “Elite”  deixa o raso e mergulha para além da disputa entre pobres e ricos, mocinhos movidos pelo sentimento de se fazer justiça e vilões pela ambição. Vai até o fundo de grupos sociais representados aqui por cada um dos protagonistas que ocupam o “Las Encinas” para trazer à tona temas como tráfico de drogas, homossexualidade, preconceito religioso, Aids, relacionamento aberto, virgindade e corrupção. 



Em relação ao elenco,  vemos rostos conhecidos vindos do fenômeno “La Casa de Papel”: María Pedraza (Marina), Jaime Lorente (Nano) e  Miguel Herrán (Christian),  que mostram mais uma vez serem bons atores.  Quem acompanhou as novelas infantis produzidas pela Televisa no começo dos anos 2000, há de se lembrar de Danna Paola (Lucrécia), protagonista em “Maria Belém” e “Amy, a menina da mochila azul”.  Não há um grande destaque. Todos têm atuações equivalentes.
A série apresenta um enredo muito bem construído e deixa ganchos para a já anunciada segunda temporada. Não só a trama agrada, como também sua trilha sonora, que se encontra disponível em todas as plataformas digitais. 





sexta-feira, 26 de outubro de 2018

João Gabriel no Novo Palco do Shopping Boulevard Rio




O Shopping Boulevard Rio, em Vila Isabel, inaugurou seu novo palco, maior e melhor equipado, em grande estilo com o show do cantor João Gabriel. No repertório, músicas próprias e releituras de sucessos de outros artistas. Carismático, o cantor interage muito bem com os músicos que o acompanham no palco e com o público, que cantava e dançava com bastante entusiasmo todas as músicas, desde as mais românticas às representantes do sertanejo raiz. Muita animação, do princípio ao fim!
Nascido em Niterói, João Gabriel iniciou sua carreira aos oito anos cantando em bares da região. Aos nove, se apresentou para um público de aproximadamente 20 mil pessoas, na Praia do Arpoador, fazendo a abertura do show da cantora Selma Reis. Pouco tempo depois, subiu ao palco com Leandro & Leonardo, que o apadrinharam musicalmente.
Hoje à noite, João Gabriel faz o show de abertura da dupla Henrique & Juliano, no Vivo Rio. Os ingressos custam a partir de R$60,00.




quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O Seu Querer é o Meu Querer

O seu querer é o meu querer,
O nosso amor nos mantém no fogo ardente da paixão,
Sua boca foi esculpida pelo deus grego com o firme propósito de você me beijar,
E o que eu quero é o seu beijo mais ousado percorrendo toda a geografia do meu corpo,
Eu quero sentir o seu beijo na ousadia do seu sentido,
No querer me envolver no fogo ardente da tua boca queimando a nossa alma de puro êxtase,
E o prazer dos seus lábios embebidos no meu corpo,
Que esculpe toda forma de prazer,
Que torna nosso amor eternizado a cada instante que nos tocamos, 
A cada instante que nos amamos,
E você me faz sentir a única no mundo,
Os seus olhos me chamam por me querer,
Os seus lábios sussurram o meu nome no seu prazer,
A sua pele se arrepia por inteiro por me querer,
As suas mãos são fortes e precisas e sabem me tocar,
Seus desejos são os meus desejos,
Seus delírios são os meus delírios,
O seu querer é o meu querer,
A sua boca me beija com o doce mel de seus lábios,
Que adoçam todas as minhas noites,
O seu despertar é o mais ardente de todas as manhãs contempladas com o sol,
A vida se tornou mais viva por você existir e se apossar de mim,
No querer do seu querer.

Ana Cavalieri


Imagem: Pinterest.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Luís de Camões

Considerado um dos maiores nomes da literatura em língua portuguesa, pouco se sabe com certeza sobre sua vida. Luís Vaz de Camões nasceu em 1524, no bairro da Mouraria, em Lisboa. De uma família da pequena nobreza, ainda jovem, recebera uma sólida educação nos moldes clássicos. Dizem ter sido um estudante indisciplinado, mas ávido pelo conhecimento. Dominava o latim, interessava-se por história, cosmografia e literatura clássica e moderna. 
Frequentador da corte de de D. João III, iniciou sua carreira como poeta lírico. Homem de muitos amores, de vida boêmia e turbulenta. Conta-se que, por um amor frustrado, autoexilou-se na África, onde, alistado como militar, perdeu um olho em batalha. De volta a Portugal, feriu um servo do Paço, durante a procissão de Corpus Christi, e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente, onde ficou por vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso algumas vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu sua mais famosa obra, “Os Lusíadas”.
Em seu retorno à pátria, apresentou sua epopeia ao ainda adolescente rei D. Sebastião, que determinou sua publicação, em 1572, e concedeu a Luís de Camões uma pequena pensão em paga pelos serviços prestados na Índia.
Seus anos finais foram vividos no quarto de uma casa próxima à Igreja de Santa Ana. Ao poeta, segundo dizem, não lhe restava sequer “um trapo para se cobrir”. Exagero romântico? Vai saber...
Quinze anos após sua morte, foi publicado “Rimas”, uma coletânea de suas poesias líricas. Sua obra é reconhecida como valiosa e de alto padrão estético não apenas por nomes importantes da literatura e estudiosos da área, mas também pelo público e, como não poderia deixar de ser, influenciou gerações de poetas em vários países.
A produção camoniana se divide em três gêneros: lírico, épico e teatral. Seus temas são os heróis e conquistas portugueses, o amor e suas nuances, a mulher, o desengano, a religião.
Camões é considerado o grande modelo da língua portuguesa moderna e um poeta à frente do seu tempo. A língua e a literatura portuguesas não seriam as mesmas sem a engenhosidade de nosso grande Poeta Luís de Camões.

Busto de Camões, na Academia Brasileira de Letras.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Brota Vidas na M.D. Gotlib

 Há cerca de 10 anos que a galeria Espaço Cultural Pintor M. D. Gotlib assegurou sua projeção nas artes, selecionando artistas com currículos vastíssimos e incluindo também artistas jovens que ambicionam carreira promissora. 
 A galeria, desde o início, homenageou o polonês Mênade David Gotlib.
 A galeria promoveu uma coleção de caráter clássico que fosse mais acentuado. 
A galeria prioriza o pensamento estético e está sempre atenta aos olhares das ferramentas atuais, incluindo toda a produção e a exploração de conceitos.
 Como a linguagem de um avanço atual, o Espaço Cultural Pintor M.D. Gotlib  vem desenvolvendo ao longo do tempo, uma proposta significativa nas linguagens contemporâneas. O que tornou a marca registrada da galeria é a demarcação de um espaço híbrido com apuramento técnico e figurativo. O que culminou numa linguagem atual foi o diálogo com as questões  da contemporaneidade.  Os artistas que lá se identificam abrangem nos seus trabalhos os diversos campos filosóficos, sociais e estéticos. 
 A galeria abrange sempre o momento presente num grau maior ou menor de subjetividade. O Espaço Cultural deixa sua marca no circuito nacional.  Ficou conhecida como “a galeria do terceiro andar” e por sua linguagem jovem e preocupada com a evolução do meio artístico.  Mantém uma agenda aberta e flexível, priorizando  as novidades que são as marcas permanentes dos nossos tempos atuais.
Leandro Lessa foi o curador nessa exposição dando vida e arte à contemporaneidade no universo das artes atuais.












segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Gipsy Kings no Vivo Rio

Gipsy Kings, grupo musical composto por ciganos, que vendeu mais de 20 milhões de discos pelo mundo e tem mais de 100 milhões de visualizações no YouTube, subiu ao palco do Vivo Rio, no último sábado, dia 20 de outubro.
Nicolas Reyes, Tonino Baliardo e companhia colocaram o público para dançar em uma super apresentação de luzes, cores e uma deliciosa mistura de guitarras flamencas, salsa, rumba e pop. Impossível ficar parado e não cantar junto sucessos como “Bamboleo”, “Djobi Djoba” e “Volare”, entre outros.




Tonino Baliardo diz que “a música sempre foi uma paixão” e de fato foi este o sentimento que transbordava no palco e contagiava toda a plateia, transformando o show em uma grande festa.
“Queremos continuar fazendo novas músicas porque é a nossa vida, é quem somos”, contou Nicolas Reyes. Este é o desejo não apenas do público que lotava o Vivo Rio, mas também dos milhões de fãs espalhados pelo mundo. Olé!























Os Gipsy Kings ainda têm mais três apresentações no Brasil:
  • 23 de outubro - Porto Alegre, no Auditório Araújo Viana;
  • 25 de outubro - Curitiba, na Expo Unimed;
  • 27 de outubro - Brasília, no C C Ulysses Guimarães.
Para mais informações sobre a turnê e a banda, acesse o site oficial do Gipsy Kings: www.gipsykings.com












sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Clássicos Domingos com Lula Washington

Num belo casarão construído em 1922, funciona o Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola, espaço que abriga salas para diversos espetáculos,  desde um aconchegante  sarau a um concerto para cerca de 150 pessoas.  Na agenda, atrações musicais, teatro e exposições.  Programação variada e para todas as idades, caso de “Clássicos Domingos”, que acontece às 11h, no Salão Nobre. 
Esse final de semana, foi a vez do concerto do guitarrista e compositor Lula Washington,  que contou com a participação de Arthur Dutra (vibrafone), Emile Saubole (pandeiro), Bernardo Fantini (violino) e Rafael de Castro (violão).  No repertório, peças autorais inspiradas em grandes violinistas brasileiros, além de choro, tango e valsa. Melhor jeito de se começar a semana!
Autodidata e com três discos autorais gravados,  Lula Washington é integrante da Orquestra Johann Sebastian Rio, que subirá ao palco do Teatro Riachuelo, no próximo dia 31 de outubro para uma homenagem à cantora Amy Winehouse. Imperdível!







O Centro de Referência da Música Carioca Artur da Távola fica na Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca. Para maiores informações sobre a programação, consulte o site http://centrodamusicacarioca.blogspot.com.br/








quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Na Solidão da Noite

Na solidão da noite eu avisto o seu rosto escondido no luar.
Seus passos caminham através das estrelas.
E o Universo se contempla com a sinfonia do amor.
Compondo a canção do despertar das almas contidas nos lampejos da escuridão da noite.
O vento entende que a brisa é a repetição delirante do querer ficar eternamente inebriado pelo amor em chamas,
 Que toma conta de dois corpos desnudos no pulsar da eternidade.
 O compasso acelera passo-a-passo para a liberdade do que fora vivido até agora,
 Para ir ao delírio dos anjos dos céus para viver eternamente na harmonia da alma do desejo infinito em ser feliz,
 E fazer desse amor a felicidade embebida no outro ser de tamanha palpitação dos delírios incessantes no chamado da luz do sol reluzente em felicidade na composição do amor.

Ana Cavalieri



Imagem: Pinterest.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Chiquinha Gonzaga e o Dia da MPB

Chiquinha Gonzaga nasceu  Francisca Edwiges Neves Gonzaga, em 17 de outubro de 1847. Natural do Rio de Janeiro, foi compositora, pianista, maestrina e, acima de tudo, pioneira. Sim, é dela a autoria da primeira marcha carnavalesca com letra, foi a primeira pianista de choro,  primeira grande compositora de música popular brasileira, a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.  
Chiquinha estudou  música desde a infância e,  com apenas 11 anos, compôs sua primeira canção.  O seu primeiro sucesso foi a polca “Atraente” (1877).  Pianista também escreveu trilhas de peças,  como as operetas “Forrobodó” e “A Corte na Roça”. Sua composição mais popular é a marchinha “Ó Abre Alas” (1899), feita para embalar o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, citado na letra.  
Neta de uma escrava alforriada, Chiquinha também foi uma grande defensora do movimento abolicionista. Chegou a vender composições próprias para pagar pela alforria de um musicista escravizado conhecido como Zé Flauta. Também militava pelo fim da monarquia, além de questionar os padrões femininos da sociedade da época.  
A artista faleceu em fevereiro de 1935, aos 87 anos, e sua  extensa biografia inspirou obras na TV e no cinema, como a minissérie Chiquinha Gonzaga, exibida pela Rede Globo, em 1999.  Seu legado inclui um acervo de aproximadamente 300 composições.

Chiquinha Gonzaga em 01/01/1932

Para celebrar a data em que a compositora, que marcou seu nome na história da música, completaria 171 anos, o Google substituiu seu clássico logo por uma imagem de Chiquinha Gonzaga. O Doodle animado mostra a compositora tocando piano, enquanto a nota a canção em uma partitura. O Dia Nacional da Música Popular Brasileira, também celebrado hoje, foi escolhido exatamente por marcar o aniversário de Chiquinha Gonzaga, como uma forma de homenagem.
A música popular brasileira surgiu a partir de uma mistura de ritmos vindos dos europeus, africanos e  indígenas.   Ao longo dos anos, estilos diversos,  originários de diferentes regiões do país, foram surgindo, resultando na música popular brasileira que conhecemos hoje.  Essa diversidade de nossa mais popular manifestação artística   a tornou tão conhecida e prestigiada em todo o mundo.
Que tal celebrar este dia com uma playlist como esta do Spotify? O Melhor da MPB

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Machado de Assis - Parte 2

Machado de Assis é o grande divisor de águas da literatura brasileira! Sua obra, sobretudo os romances e os contos, é de importância ímpar. Oriundo do Romantismo, escreveu enredos sentimentais cujos protagonistas assumiam o papel de herói, vide “Helena” (1876) e “Iaiá Garcia” (1878). Mas Machado tinha  estilo próprio, um jeito machadiano de contar histórias, natural que o rompimento com o cânone romântico viesse. Com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881) veio a revolução. Audaz, inovador. O “defunto-autor” inaugura uma nova fase da obra machadiana, de tom cáustico, que lança mão da ironia, do pessimismo e até mesmo indiferença para retratar o Rio de Janeiro e a sociedade da época com todas as suas contradições. Estas são algumas das características que o tornaram a outra inaugural do Realismo no Brasil. 
Este período, que se convencionou chamar de “segunda fase”, da produção machadiana, atingiu seu ápice com “Dom Casmurro” (1900). Neste, o leitor acompanha a história de Bento de Albuquerque Santiago, o Bentinho, narrada por ele próprio. Sua história de amor e o drama de sua vida ao se apaixonar por sua vizinha Capitu são o pano de fundo para a discussão de temas como o amor, o ciúme, o caráter e a traição, sem abrir mão da ironia e da crítica social.
Anos antes, em 1897, Machado de Assis estava entre o grupo de intelectuais que idealizaram e fundaram a Academia Brasileira de Letras, com o objetivo de “cultuar a cultura brasileira e, principalmente, a literatura nacional”. O autor foi eleito, por unanimidade, o primeiro presidente da Academia e, em seu discurso inaugural, aconselhou aos presentes: “Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam também aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira”. 
É a Academia Brasileira de Letras a responsável pelo principal prêmio literário nacional, oferecido a escritores brasileiros, pelo conjunto de sua obra, desde 1941. O prêmio leva o nome de Machado de Assis.
Em seus contos, Machado era igualmente genial. A diferença destes para os romances é que, de acordo com Flávio Aguiar, nestes, o autor procura “representar o mundo como um todo: persegue a espinha dorsal e o conjunto da sociedade”, enquanto que os contos são “a representação de uma pequena parte desse conjunto, mas não de qualquer parte, e sim daquela especial de que se pode tirar algum sentido”. (Aguiar, 1976, p. 6)

Diante de tamanha contribuição para a história e desenvolvimento da literatura nacional, é compreensível que Machado de Assis ainda seja um dos mais celebrados autores dentro e fora dos centros acadêmicos, no Brasil e no exterior.




segunda-feira, 15 de outubro de 2018

OSRJazz na UERJ

O Teatro Odylo Costa Filho, carinhosamente chamado de “Teatrão”, recebeu a Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro (OSRJ), na noite de terça-feira, 09 de outubro, para um tributo a grandes nomes do jazz. Regida pelo carismático maestro Rafael Barros Castro, a OSRJ foi fundada em 2005 e é formada por músicos atuantes no cenário camerístico e sinfônico do Rio de Janeiro.
No programa, clássicos do gênero em arranjos originais e a participação especial da cantora Alma Thomas, do saxofonista Leo Gandelman e do violinista Thiago Trajano.
Bacharel em Música Popular Brasileira pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e professor de “Arranjo, Análise de Música Popular e Prática de Conjunto” no Instituto Villa-Lobos, Trajano tocou em espetáculos famosos, como “Elis - Estrela do Brasil” (1999) e “Ópera do Malandro” (2003-2004). No cinema, participou da gravação da trilha sonora de “História do Olhar” (2001).  Quem também trabalhou em trilhas sonoras para obras da Sétima Arte, foi Leo Gandelman, além de diversos temas de novelas e minisséries da Rede Globo. O premiado instrumentista ultrapassa as fronteiras entre o clássico e o popular, o que lhe rendeu admiradores das mais diversas faixas etárias. 
E por falar em fãs,  a cantora, compositora e arranjadora nova-iorquina Alma Thomas vem encantando cada vez mais brasileiros país afora desde sua participação no “The Voice Brasil”, em 2012. Antes mesmo do famoso musical global, Alma já era conhecida em nosso cenário musical, com sua bela e potente voz, perfeita para canções jazzísticas.
O Jazz surgiu nas comunidades de New Orleans, cidade do estado norte-americano da Louisiana, em fins do século XIX. Teve origem na cultura popular e se desenvolveu com a mistura de varias tradições religiosas, em particular, a afro-americana. Abrange uma variedade de músicas desde o ragtime até os dias atuais - um período de mais de 100 anos - e possui difícil definição. Segundo Travis Jackson, o Jazz é uma música que inclui atributos como “swinging, improvisação, interação em grupo, desenvolvimento de uma voz individual e estar aberto a diferentes possibilidades musicais”.
Apesar de o Brasil não ter uma tradição de músicos exclusivamente dedicados ao Jazz, gêneros como a Bossa Nova foram fortemente influenciados por ele, além de fusões como o samba-jazz.
De volta ao “Teatrão”, parabéns a OSRJ que, mais uma vez, encantou o público, desta vez formado majoritariamente por jovens “uerjianos”. Bravíssimo ao maestro e talentoso pianista Rafael Barros Castro!
Em 27 de novembro, a OSRJ voltará  à UERJ para uma homenagem aos 110 anos da imigração japonesa no Brasil. O evento é uma parceria com a UERJ, Rio Nikkei Taiko e o Consulado Geral do Japão e, além do concerto, serão oferecidas oficinas de Origami e Kyudo, entre outras.





quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Transformação

Por te amar tanto,
Por te querer tanto,
Venho transformando tudo ao meu redor,
Transformo a areia grossa em areia fina,
Transformo o mar revolto em calmaria,
Transformo as pedras em conchinhas,
Transformo a tempestade em gotas de orvalho,
Transformo a inquietação em leveza,
Transformo a esperança em plenitude,
Transformo as estrelas em constelação,
Transformo o impossível em possível,
Transformo a resiliência em amor mais puro,
Transformo o simples cientista em alquimista,
Transformo o real em magia,
Transformo o que não pode ser no que agora pode ser,
Transformo a não existência no existir,
Transformo o nada no tudo,
Transformo o espaço,
Num infinito prazer.

Ana Cavalieri 

Imagem: Pinterest.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Mário de Andrade

Há exatos 125 anos, nascia Mário Raul Morais de Andrade, poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, e ensaísta. A publicação de seu livro “Pauliceia Desvairada”, em 1922, fez dele um dos pioneiros da poesia moderna brasileira. Definido pelo próprio autor como “áspero de insulto, gargalhante de ironia” com “versos de sofrimento e de revolta”, o livro faz uma análise do provincianismo e da sociedade paulista de inícios do século XX. “Ode ao Burguês”, um dos poemas contidos no livro, foi lido durante a “Semana de Arte Moderna de 1922”:
“Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
O burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!”
A grande questão é que a própria plateia era o alvo dos versos de “Pauliceia Desvairada” e sua reação, você, leitor, já pode imaginar.
Ousadia à parte, a grande inovação da obra reside em sua forma. “Imagino o seu susto, leitor, lendo isto. Não tenho tempo para explicar: estude, se quiser...”, escreveu Mário em seu famoso “Prefácio Interessantíssimo”. A linguagem é simples, irreverente, coloquial e apresenta, propositadamente, erros ortográficos e gramaticais. Cria novos termos a partir da recombinação de radicais, prefixos, sufixos, desinências. Quer dar ao texto um sotaque brasileiro. O verso é livre. A poesia, sintética, fragmentária, anti-romântica.
Mário de Andrade foi autor de dois romances: “Amar, verbo intransitivo” (1927) e “Macunaíma” (1928). O autor também teve um importante papel como crítico de arte e literatura. Além de ensaios sobre música e poesia, registrou opiniões no campo do Folclore e da Cultura popular e das Artes Plásticas.

Um enfarte do miocárdio levou Mário, aos 51 anos, em fevereiro de 1945. Sua consagração como um dos maiores valores culturais do Brasil só veio dez anos mais tarde, com a publicação de “Poesias Completas”. Um tempo ainda mais longo se passou. Sua efígie estampou as notas de 500000 cruzeiros. Foi personagem no cinema e na televisão.


Machado de Assis - Parte 1

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. É considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos , senão o maior nome da literatura brasileira. Escreveu praticamente todos os gêneros literários. Foi poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. Não apenas testemunhou, mas relatou e comentou os principais eventos político-sociais de sua época.
Em 12 de janeiro de 1855, publicou seu primeiro poema, “Ela”, na Marmota Fluminense.

“Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor.
Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em dose poesia
Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um - sim -
Para alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
Faz-lhe gozar teu portento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!””
Machado de Assis foi colaborador da revista “O Espelho”, No ano de 1859, na qual fazia críticas teatrais. 
“... aqui há um completo deslocamento: a arte  divorciou-se do público. A entre a rampa e a plateia vácuo imenso de que nem um nem outra se apercebe. A plateia ainda dominada pela impressão de uma atmosfera, dissipada hoje no verdadeiro mundo da arte, — Não pode sentir claramente as condições vitais de uma nova esfera que parece encerrar o espírito moderno. Ora, à arte tocava a exploração dos novos mares que se lhe apresentam no horizonte, assim como o abrir gradual, mas urgente, dos olhos do público.  Uma iniciativa firme e fecunda e o elixir necessário a situação; um dedo que, grupando plateia e tablado, folheie a ambos a grande bíblia da arte moderna com toda as relações sociais, é do que precisamos na atualidade.” (ASSIS, Machado. Ideia sobre o Teatro. O Espelho, I, 25 de set. de 1859).
 No ano seguinte, a convite de Quintino Bocaiúva, tornou-se redator do Diário do Rio de Janeiro, sob os pseudônimos de Gil, Job e Platão.  Fazia a resenha dos debates do Senado e outros serviços, como crítica teatral, além de colaborar em  “A Semana Ilustrada” e  outros periódicos.
Em 1863, é publicado o “Theatro de Machado de Assis”,  composto por duas comédias: “O protocolo” e “O caminho da porta”.
“Crisálidas” , seu primeiro livro de versos, foi publicado no ano seguinte. Composto originalmente por 29 poemas,  teve 17 cortados pelo próprio autor quando, em 1901, editou suas “Poesias Completas”. Entre os poemas sobreviventes estão os “Versos a Corina”, dedicados a sua primeira musa, cuja identidade nunca fora revelada, mas que, segundo alguns estudiosos da obra machadiana,  não é necessariamente uma mulher real.
“Tu nasceste de um beijo e de um olhar. O beijo
Numa hora de amor, de ternura e desejo,
Uniu a terra e o céu. Olhar foi do Senhor,
Olhar de vida, olhar de graça, olhar de amor;
Depois, depois vestindo a forma peregrina,
Aos meus olhos mortais, surgiste-me, Corina!”
“Ressurreição”, seu primeiro romance, foi publicado em 1872. Sete anos depois, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” foi publicado na “Revista Brasileira”.  Considerada a obra que iniciou o realismo no Brasil, retrata a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo da época, contexto marcado por um tom cáustico, audacioso e uma temática inovadora, já que Brás Cubas é um “defunto-autor” que deseja escrever sua autobiografia. Daí, alguns autores o considerarem a “primeira narrativa fantástica do Brasil”.Em 1881, foi publicado em livro.
Em 1884, Machado de Assis passou a morar na Rua Cosme Velho, nº 18, onde residiria até a sua morte, aos 69 anos de idade, em setembro de 1908. Do nome da rua surgira o apelido “Bruxo do Cosme Velho”. Conta-se que, certa vez, Machado queimava suas cartas em um caldeirão, no sobrado da casa, quando alguém da vizinhança o viu e gritou: “Olha o Bruxo do Cosme Velho!”
O caldeirão de bronze existe mesmo e está em exposição na Academia Brasileira de Letras, porém estudiosos garantem que a história que se conta sobre a origem do apelido não passa de uma lenda urbana.
Sua extensa obra constitui-se de nove romances, duzentos contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de seiscentas crônicas.





segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Tarsila do Amaral

Tarsila nasceu em 01/09/1886, em Capivari, interior de São Paulo. Tinha sete irmãos e passou a infância em uma das fazendas herdarás do seu avô.  Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses.  Sua primeira mestra me ensinou a ler, escrever, bordar e falar francês.
 Sua mãe tocava piano e lia  muitas histórias de romance para os seus filhos. Seu pai recitava versos  em francês, retirados dos numerosos livros de sua biblioteca. 
 Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em um colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. Completou os seus estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur. 
 Em 1906, após chegar da Europa, está se ela se casou com médico André Teixeira Pinto. O marido se opôs ao desenvolvimento artístico de Tarsila, que culminou a separação do casal.  A anulação definitiva do casamento foi concretizada anos depois.
Após o nascimento de Dulce, Tarsila voltou a morar com os pais na fazenda em São Paulo.
Tarsila início o aprendizado na pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Posteriormente estudou com o alemão George Fischer Elpons.
Em 1920, foi para Paris e frequentou academia Julian, onde Tarsila desenhava nus e modelos vivos. Posteriormente, estudou na Academia de Émile Renard.
 Em 1922, quando retornou ao Brasil, se ela aderiu as ideias modernistas. Foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Osvald Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Esse grupo passou a frequentar o seu ateliê, formando o Grupo dos Cinco.
 Em 1923, Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e eles viajaram para Portugal e Espanha. Depois voltou à Paris e estudou com os artistas cubistas, conheceu Pablo Picasso, frequentou a Academia Lhote,  tornou-se amiga do pintor Fernand Léger. Foi através desse mestre da pintura que Tarsila conservou a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.
Em 1924, como os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Através de uma viagem de “redescoberta do Brasil”, Tarsila inicia a sua fase na pintura artística “Pau-Brasil”. Nesta fase, Tarsila se compõe de cores e temas bem tropicais e brasileiros. Daí seus quadros se atenuam  na exuberância da fauna e da flora brasileira. Foi através dessa fase artística de Tarsila que surgiram os “bichos nacionais” e temas e cores acentuadamente tropicais e brasileiros.
 Em 1926, casou-se com Oswald de Andrade.  Neste mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris.
 Em 1928, Tarsila pintou o “Abaporu”, de origem indígena e originando o movimento antropofágico, idealizado por Osvald de Andrade.  A antropofagia propunha a devoraração do inimigo com a crença  de se poder absorver suas qualidades.
Em 1929, Tarsila expõe suas telas no Rio de Janeiro.  Com a “Crise de 1929”, Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café. Neste mesmo ano, Oswald de Andrade se separa de Tarsila.
 Tarsila entregasse ainda mais o mundo artístico com a perda da fazenda de café e com a separação.
 Em 1930, deu início a organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com a queda de Júlio Prestes e o advento da ditadura de Getúlio Vargas, Tarsila perdeu o cargo.
 No ano seguinte, casou-se com o psiquiatra Osório César, e para poder viajar para a URSS, vendeu alguns quadros de sua coleção particular. Posteriormente, voltou à Paris como operária, trabalhando como pintora de portas e paredes. Com a crise de 1929, perderam praticamente todos os seus bens e sua fortuna. Quando Tarsila retorna ao Brasil, ela é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão.
 Em 1933, ela começa a uma nova fase da pintura a fase de temas mais sociais. Separasse de Osório e passar a viver com escritor Luís Martins, 20 anos mais jovem que Tarsila.  E viveu com ele até os 50 anos.
 Na década de 1940, Tarsila retoma as pinturas de suas fases iniciais. Expõe  na primeira e segunda bienais de São Paulo, ganhando uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1960.
 Em 1963 foi tema especial da bemol de São Paulo. Em 1964 apresentou-se na 32ª bienal de Veneza. Em 1965, separou-se de Luís e passou a viver sozinha.
 Foi submetida a uma cirurgia de coluna e por um erro médico, tornou-se paralítica, em cadeira de rodas até os seus últimos dias de vida.
 Em 1966, quando perdeu sua única filha, se aproximou do espiritismo. A partir daí, vendia seus quadros e parte do dinheiro recebido por eles, e dou para uma instituição de Chico Xavier, de quem se tornou amiga.
 Tarsila morre em 1973, em São Paulo, por depressão.
 Tarsila foi retratada como personagem no cinema e na televisão. E no teatro, foi tema de peça Escrita por  Maria Adelaide Amaral. Também foi homenageada pela União Astronômica Internacional. Em 2008, foi lançado catálogo Raisonné  Tarsila do Amaral, toda sua obra completa em três volumes.






sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O Frenético Dancin’ Days

“Abra suas asas / solte suas feras / caia na gandaia / entre nessa festa / E leve com você / seu sonho mais louco / Eu quero ver seu corpo / Lindo, leve e solto...”
Em nossas jaquetas douradas, entoando os versos acima, seguimos para o Teatro Bradesco para conhecer a história de um grupo de amigos que de um fracasso criou uma discoteca que fez história, a Dancin’ Days.
Com texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade, direção geral de Déborah Colker e direção musical de  Alexandre Elias, “O Frenético Dancin’ Days” une música, dança, realidade e ficção. 
Atores, coreografias, cenografia, figurino, trilha sonora... tudo perfeito... não há outro adjetivo! Uma viagem a uma época em que os versos “Celebrate good times, come on! Let’s celebrate!” reverberavam nas vozes das pessoas que lotavam as pistas de dança da noite carioca, com seus modelitos de cores vibrantes, meias lurex com sandálias de salto alto fino, brilho... muito brilho mesmo, tal qual o globo espelhado, ícone da Era Disco. O espetáculo tem um astral tão contagiante que se torna uma tarefa dificílima resistir ao convite das Frenéticas:
“...dance bem, dance mal, dance sem parar / dance bem, dance até sem saber dançar...”