O Brasil perdeu, na noite de 02 de setembro, o acervo insubstituível do Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista.
O Museu Nacional era a mais antiga instituição científica do Brasil. Vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi, até então, um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. O edifício já foi o Palácio Imperial, situado na Quinta da Boa Vista. Possuía um grande acervo histórico e científico, tais como fósseis e esqueletos de dinossauros, múmias egípcias, meteoritos e muitos objetos usados por civilizações primitivas.
Um incêndio de grandes proporções destruiu praticamente todo o Museu e seu acervo, do qual também fazia parte objetos e fragmentos referentes a tribos indígenas.
Este Palácio de estilo neoclássico foi a antiga morada de D. João VI e, depois, de D. Pedro I e D. Pedro II. Foi chamado de Paço Imperial de São Cristóvão.
Em 1808, D. João VI, quando veio de Portugal para o Brasil, se estabeleceu no Paço Imperial da Praça XV. Posteriormente, um rico comerciante português doou para a Rei um casarão - palacete erguido em 1803.
O Palácio tomou formas neoclássicas após reformas e acréscimos que se sucederam, inclusive com o acréscimo do terceiro andar. Mais antigo do país e com acervo de mais de 20 milhões de peças, o Museu passava por dificuldades financeiras. Não é possível, ainda, avaliar a extensão dos danos, mas praticamente todo o acervo foi destruído pelas chamas. Somente algumas coleções que estavam em um anexo foram preservadas, segundo a vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo. “É um prejuízo incalculável. A ciência e a história brasileiras estão sendo queimadas”, lamentou o professor de geologia João Wagner Alencar Castro, da UFRJ.
Seu acervo com mais de 20 milhões de itens tem perfil acadêmico e científico. A coleção era pautada em paleontologia, antropologia, etnologia biológica.
No seu acervo, encontrava-se o meteorito do Bendegó, o maior encontrado no país, até hoje. Além da coleção de múmias egípcias, encontrava-se o crânio de Luzia, a mulher mais antiga das Américas, e uma coleção de vasos gregos e etruscos (povo que viveu na península itálica, Etrúria).
Segundo Alexander Kellner, diretor do Museu, disse em uma entrevista realizada em maio, o Museu sofria com a falta de verbas. Comentou, também, que este museu compunha história, como a morada de D. João VI, D. Pedro I, onde foi assinada a independência. Ele lembrou que o último presidente a visitar o museu foi Juscelino Kubitscheck (1956 - 1961). “O Brasil não sabe da grandeza, da riqueza disso aqui... Se soubesse, não deixaria chegar neste estado”, disse Kellner, em maio.
Perde-se um acervo super importante para o Brasil e seus pesquisadores, como também para os pesquisadores internacionais. Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, o incêndio no Museu Nacional é uma “catástrofe para a história é a cultura brasileira “.
Perdemos grandes peças, incluindo obras de Matisse, Dalí e Portinari. Restaram apenas 50 obras. O incêndio no Museu Nacional é uma grande perda de conhecimento para toda a humanidade.
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